terça-feira, 20 de setembro de 2011

Expansivamente frugal

"Maldito seja aquele que lança sobre a sociedade seu grito de insensatez. Eu enchergo o agora como a sociedade futurista relatada por autores como Anthony Burgess em Laranja Mecânica, George Orwell em 1984, ou mesmo Ray Bradbury em Fahrenheit 451. A violência está em toda parte e o hedonismo massacrante parece está enterrado nos cromossos desta geração tão fútil — expansivamente frugal. Creio no rompimento da origem do instinto social tão defendido por Schopenhauer. Me torno feminista a partir de hoje, declarando bendita toda a mulher que expelir de sua cartela o comprimido redentor, aquele que priva a humanidade de mais um ser maldito; pois não há salvação de caráter, uma vez que o produto é origem do meio em que vive — hoje degenerado. Dizer que tudo isso é lamentável é mesquinho de mais. Minh'alma agora sangra tamanha percepção destes fatos que me sucumbem os olhos, entorpecem meus ouvidos. Adolescentes espancados por terem sido esteriotipadas como tansgressores da ética máxima social, como pagãs e desprezíveis; como Gays. Eu não sei como terminar este texto. Apenas recorro ao papel como fuga de minhas emoções e com minha caneta agora firo estas linhas com o furor de meu descaso."

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Pois no meu, que flua

"No teu texto
Tu enxutes
O que quiseres
Pois no meu
Que flua
Que corra
Que transborde
Que arraste
Que devaste
Que não sobre pedra sobre pedra
Pra mim palavra é diamante
Custa pra achar
Depois pra lapidar
Quando se termina de polir
Brilha sem parar
E o meu desejo é guardar
Se fulano-mal-carater vê
O seu sonho é roubar
Pois que fique aqui comigo
No meu caderninho
Se quiseres eu leio
Mas não toques
Se não com minhas palavras te firo
Com meu lápis te risco."

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Colocar-te-ei em meu papel

"Do mais-que-conhecido fez-se o iluminado
 Tu viajas, se afugentas de mim
 De quando em quando retornas
 E me deixas sombrio
 Sem teu mar de claridão

Porque me torturas tanto?
És tu descendente de Sade?
O Marquês endiabrado
Ou és do gênero massacrante?
Tarantina de coração

Metarmofose-te-ei
Colar-te-ei em meu papel
E em tí criarei asas
Asas grandes e luminosas
Para que assim como os raios de sol
Tú viajes sob o ar
Nessa velocidade disnorteante

E assim tu retornes para mim
Como um pássaro-poesia
Se alojando em meu peito

Escrevo-te porque sinto
Tenho sentimentos que de tão profundos
Às vezes parece morar no limite
No arrepio do pêlo
Entre meus dois mundos
Entranhado entre razão e o coração

Não sei se riu, ou se rio
Rio é um lugar onde a correnteza (que brota da íris)
Desce a ladeira levando o que passou e ficou, o que passou
O que se foi e ficou sem ter ficado
Emfim... o que marcou

Como explicar esse sentimento
Que de tão puro
Nem chega a esse mundo tocar
É algo inebriante
Que só os líricos conseguem se encantar."

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Superfície

"Introspectivamente falando, em meu monólogo interior; o que existe ainda não se sabe e o que se sabe é infinita claridão. Não consigo ver. Sinto. Essa luz emerge em meus sentidos, corrompendo o pré-conceito que meu intelecto impõe. Concentra-se pois no fim da claridão, a força motriz que energiza o prosseguir. Que arrasta, pelos trilhos da vida, meus impulsos mais compactos. Que teus olhos se cerrem, teus ouvidos se emudeçam e teu peito escute o que este mar de sequidão com suas revoltas ondas de esperança te perguntam: — na superfície do teu riso tem lírios?"